domingo, 29 de abril de 2012

Cidade agressiva

Série de artigos publicados por mim na “Região de Águeda”, este em 8 de Dezembro de 2011

Cidade agressiva

clip_image002Testemunhamos quase diariamente uma nova maneira de assalto despudorado aos já parcos réditos dos munícipes. Verificámos nos últimos tempos o aumento da área dos parques pagos, restando agora muito pouco espaço para estacionamento livre. Apesar de ser na zona comercial, mais sobrecarregada e de maior intensidade de serviços, não houve contemplação por aqueles que são os utentes diários.

Mas o que atinge raias de perseguição é o modo como uns senhores, identificados como fiscais municipais, assumem prepotências que lhes foram seguramente conferidas e, tal como bando de abutres, caem sobre as suas presas desprevenidas e, com ar que lhes dá grande gozo, desferem o golpe de misericórdia.

Testemunhei com alguns amigos esta semana, e não pela primeira vez, o modo como estes bandos (andam aos pares) actuam. Este caso, na Avenida Eugénio Ribeiro, quase vazia de automóveis, é bem ilustrativo da maneira de actuar destes executantes do Sr. Presidente da CMA. Furtivamente esperaram que a vítima aparecesse e uma condutora parou junto a uma papelaria da zona. Saiu do carro e quase correndo entrou no estabelecimento. De imediato, como abutres sedentos, o bando caiu sobre a viatura e, dizem eles, através de um sistema irreversível de comunicação informática, a coima foi imediata. A condutora ficou pasmada e sem palavras. Num minuto… tem que pagar e não pode bufar…

Questionados pela indignação das testemunhas, afirmaram que se limitavam a cumprir ordens (de quem?) e que não pode haver contemplação. Afirmaram ainda que o tempo de estacionamento tem uma tolerância de meia hora, mas exige de imediato um bilhete. Que estranho!

Gostaria de saber qual o rendimento para a autarquia deste modo de caça. Não acredito que seja significativo e que tenha algum peso no Orçamento da CMA, anunciado de uma forma altissonante de um valor de 50 milhões de euros. Tantos milhões, tantas obras numa época em que se discute a sobrevivência, raiam mesmo a insensibilidade social de quem dirige os destinos da autarquia.

A expectativa, Sr. Presidente, do seu mandato, seria de solidariedade e humanização e, claro, desenvolvimento sustentado. O que se verificou foi um aumento de agressividade para com os munícipes que viram ser destruídos, por uma sanha terrível, vários locais aprazíveis, onde árvores e bancos confortáveis para famílias e mais idosos foram substituídos, pela aridez do betão, em bancos inestéticos e nada ergonómicos sem qualquer conforto e pela frieza de pilaretes que, de tão amachucados, só se concluirá que dubiamente posicionados. Acrescente-se ainda a inacreditável teimosia na construção de várias pistas ditas cicláveis (apenas remendos) que ninguém usa (e o senhor também não) que tornaram mais difícil a circulação. E, agora para terminar, esta inacreditável caça à multa, para aumentar a agressividade duma terra, que era amigável e doce.

Basta de agressividade! A terra que adoptei há quarenta anos era a Águeda-a-linda, onde a simpatia e a hospitalidade das gentes era enorme. Conheci e participei em alguns executivos, sei bem do que falo: a relação com os munícipes tinha como base o diálogo e a solidariedade e a preocupação no bem estar dos diferentes estratos sociais e etários do concelho.

Hoje tristemente verifico os semblantes carrancudos e críticos pelo que se vai fazendo e desfazendo em Águeda. Já pensou Sr. Presidente por que razão, pelos Censos de2011, se verificou aqui um decréscimo populacional?

Notas soltas da desgraça

Série de artigos publicados por mim na “Região de Águeda”, este em 26 de Setembro de 2011

Notas soltas da desgraça

1. Direito à indignação.

O povo tem de ir para a rua protestar contra os "sacrifícios" impostos pelo Governo e as políticas de austeridade da 'troika', defende Francisco Van Zeller, o antigo presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP). Esta afirmação vinda deste patrão da Indústria portuguesa, reflecte bem a gravidade do momento em que vivemos, e o poço sem fundo a que nos conduziram. Sócrates com a sua politica de proteccionismo aos grandes grupos (mota-engil/jorge coelho), com o tapar de buracos financeiros aos bancos privados que criminosamente desviaram milhões (BCP, BPP), empurrou-nos para o abismo. Van Zeller tem toda a razão, não nos calemos e denunciemos esta tramóia. E que dizer do BPN (Banco Português das Negociatas)? O que aconteceu aos responsáveis de todo o descalabro desta instituição (Dias Loureiro, Oliveira e Costa e outros (com O grande)?

Valeram a pena as sucessivas injecções de centenas milhões de euros, para a seguir o alienar (BPN) por uns “míseros” 40 milhões ao BIC de Mira Amaral. Que grande negociata.

2. Sopa e sandes

Cenário tenebroso está em perspectiva, pois aos tristes cidadãos a quem resta um almoço minimal de uma sopa e uma sandocha, este governo de coelho, resolveu transformar a sopita de nabos e a sandocha de coiratos, em artigo de lluxo, com um IVA igual a qualquer Lamborghini de alta cilindrada, ou seja 23% (para já!). Que é que hão-de comer que o Governo também não coma?!

3. Despedimentos com e sem justa causa

Prepara-se legislação que permitirá despedir facilmente todo aquele que não cumprir objectivos definidos previamente, esquecendo-se que qualquer empregador poderá, à partida definir, objectivos irreais e inatingíveis. Despede-se assim com justa causa ( sub-repticiamente sem). Medida execrável e injusta.

Que dizer então de sucessivos governos que, definindo para si próprios objectivos e metas, rapidamente os esquecem e incumprem? Estes sim apresentam motivos para despedimento com justíssima causa ! …

Obviamente que perante este cenário de justíssima causa, vem à mente de indignação dos portugueses o governo ou antes desgoverno da República das bananas de El Rei Jardim o Gordo. Gasta-se à tripa forra, fazem-se heliportos, marinas, onde nunca aterrou ou navegou qualquer nave. Diz o Rei que o buraco ronda os 5 mil milhões de euros. Não terá também escondido o que gastou em maquinaria e equipamento de alguma fábrica de entortar bananas?

4. Águeda a contra vapor

Arrepiadamente ao apertar do cinto generalizada por todos os municípios portugueses, verifica-se no reinado local uma eufórica construção de obras de regime, marginalizando qualquer preocupação social. Justifica-se esse desmando com o argumento de que são obras comparticipadas por fundos europeus, mas os munícipes desconhecem qual o peso dessas obras megalómanas, nas finanças locais, será mistério?

O Senhor Presidente Nadais devia esclarecer qual o peso desse esforço, pois o que se anuncia além do que é visível, é muito gravoso e traz graves consequências para um já depauperado ramo de actividade, o comércio da cidade. A contestação às obras na Praça António Breda e Eugénio Ribeiro, é muita e a informação é pouca ou nenhuma.

Não entendemos este esbanjar, quando ao nosso lado se faz muita ginástica para sobreviver.

Pantominas …

Série de artigos publicados por mim na “Região de Águeda”, este em 9 de Maio de 2011

Pantominas …

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Olhem para mim, sou o vosso salvador. Consegui que as labaredas do inferno não caíssem sobre vós. Oh Luís estou bem assim? … E assim começou a maior pantomina da história recente deste Reino bem-aventurado.

Nos canais da RTP ( Radio Televisão da Papálvia), Pinócrates anuncia aos papalvos as benesses da Pantomina. Comigo vão ter o 13º mês, o subsídio de férias, não haverá cortes nos subsídios sociais e, tal como sempre disse, os arautos de Lucífer só anunciavam a desgraça e como veem comigo, é só bem aventuranças. Oh que maravilha viver neste mundo cor de rosa … Estou melhor assim oh Luís? Desvia aí o teleponto!

Como é possível estar a acontecer esta pantomina, num País desgraçado, em que é necessário estender a mão aos usurários que querem sorver as ultimas gotas de sangue tal como bando de vampiros em noite de lua cheia? São todos solidários e a Europa está connosco, diz Pinócrates.

Este acordo é o maior atestado de incompetência passado a um pobre País quase em bancarrota, porque este governante e seus sequazes, para alimentar um enorme séquito de clientelismo, para satisfazer as suas vaidades em realizar obras megalómanas de regime. Lembramos TGV (Transport de Grand Vitesse), TTT (Terceira travessia do Tejo), PPP (parcerias públicas privadas). Aproveitamos para opinar que uma alternativa económica ao TTT seria transferir a capital do Reino para o Poceirão. Para que todos estes devaneios se concretizem, são necessários muitos sacrifícios, e é a multidão dos papalvos que se exige que apertem o cinto, para a realização destas e outras loucuras.

Apesar de tudo quero dizer-vos, que é possível ver alguma luz ao fundo do túnel para este estado, que caiu bem no fundo, por culpa daqueles que ao longo dos últimos anos, só pensaram em si, nos seus féis seguidores e autisticamente desgovernaram este Reino.

Pensem que bastava racionalizar os gastos supérfluos que levam milhões de euros do depauperado erário público. Estamos convencidos e estão feitos os cálculos que muito dos sacrifícios pedidos seriam desnecessários. Eis alguns exemplos de despesismos a evitar e a eliminar:

Parcerias publicas, Fundações, Institutos, Consultadorias. Quase todas estas entidades não têm qualquer importância nem interesse comum, apenas servem um enorme exército de administradores, consultores, vice consultores, etc alimentados pelo dinheiro de nós todos tais como os parasitas que se instalam nos suportes saudáveis. Exemplo concreto para vossa compreensão, a Fundação Mário Soares recebe da Câmara Municipal de Lisboa e da Câmara Municipal de Leiria centenas de milhares de euros, para quê e a que título?

O segmento do Orçamento para Consultadoria aos Gabinetes de Advogados afectos ao Governo, representam milhões de euros, equivalente ao que o Governo foi rapar aos bolsos dos portugueses com o fim do abono de família. O que fazem os advogados e os gabinetes de consultores do Estado?

Setecentos mil desempregados, deviam ser motivo de solidariedade por parte dos Administradores Públicos que recebem obscenas remunerações, e a estes o Governo não é capaz de exigir quaisquer sacrifícios, assim como aos Bancos que vão receber uma parte bem significativa do empréstimo da troika e manifestam sempre milhões de lucros. Qual o medo em taxar estes lucros, que todas as empresas têm que pagar.

Vamos ter uma oportunidade de afirmar a nossa vontade e castigar aqueles que nos levaram para o fundo, e agora aparecem como salvadores.

Sócrates vencedor das Presidenciais …

Série de artigos publicados por mim na “Região de Águeda”, este em 24 de Janeiro de 2011

Sócrates vencedor das Presidenciais …

Não , não é engano … no passado domingo Cavaco Silva apesar de ter tido menos de meio milhão de votos, em relação às ultimas eleições, foi formalmente eleito Presidente da Republica.

Mas quem venceu na realidade foi Sócrates, pois a coberto da colaboração estratégica com o PR, vai continuar a sua política de varrer para a desgraça os mais desprotegidos (cortes de salários, abonos de família, saúde e medicamentos fora do alcance dos mais necessitados, educação cada vez mais, de pior qualidade etc…), sempre com o beneplácito e com a aprovação deste PR cuja sensibilidade social de triste memória, não nos oferece grande esperança.

Mas claro que esta associação PR+PM, traz vantagens a ambos, pois os “rabos de palha” serão mais uma vez camuflados. Protecção ao BPN e seus coveiros, que são amigos e protegidos de Cavaco, Oliveira e Costa e Dias Loureiro, este até há pouco tempo Conselheiro de Estado de Cavaco e que deram origem à maior fraude fiscal de sempre, e que Sócrates está a tapar com o dinheiro de todos, só a ultima tranche subiu a 500 milhões de euros, e o sorvedouro não pára.

Entretanto para promulgação, encontram-se vários projectos de Sócrates que lhe permite continuar a sua política de descriminação positiva. Os políticos pelo trabalho comunitário, recebem oficialmente subvenções de milhões de euros. Neste ano de 2010 as subvenções ( prémios) foram 5 vezes mais do que no primeiro ano de governo de Sócrates. Apetece dizer nesta época em que começa a haver muita fome …Fartai vilanagem.

Estes pequenos exemplos mostram bem que ambos ficaram a ganhar com os resultados das eleições presidenciais, mas Sócrates será o mais beneficiado. Sem dúvida que se ganhasse Manuel Alegre a vida não seria mais cómoda para a actividade governamental, veja-se o timído apoio do PS e seus dirigentes na campanha. Assistimos a momentos melodramáticos, na campanha de Alegre, umas vezes soltava-se e o seu cariz social aparecia, outras vezes e em Águeda foi evidente, com a presença de Sócrates “ bateu a bola baixinho”, não fosse cair em desgraça.

Afinal estas curvas não tiveram qualquer resultado, e mesmo em Águeda, terra natal de Alegre não conseguiu mais do que 4200 votos .. . coisa pouca .. terra ingrata.

Na noite de ontem domingo, depois de alguns momentos de aparente discórdia, eis que apareceu impante Cavaco, apregoando a sua inocência em negócios muito escuros, que o candidato Coelho bem mostrou, e depois Sócrates reiterando a boa harmonia e pedindo o beneplácito de Cavavo.

Estamos tramados !!!!

Trampolineiros (1) do caraças …

Série de artigos publicados por mim na “Região de Águeda”, este em 14 de Março de 2011

Trampolineiros (1) do caraças …

No Reino da Papálvia, também denominado País das Maravilhas, continua o reinado de D. Pinócrates, cujos súbditos andam tristes e desolados, pois há muito que passaram a comer, o paloco (2) desfiado comprado no Lidl a preço de saldo, em detrimento da sua postinha de bacalhau

Para justificação deste apertar de barriga, El Rei e seu ordenança Sheriff de Nottingham instalado no Terreiro do Paço, têm pedido todos os sacrifícios aos pobres dos papalvos para debelar a crise que aflige o Reino e toda a região. Os papalvos sempre desconfiados e quase em desespero verificam, que o sacrifício não é geral, e os nobres enchem as lojas gourmet do Corte Inglês, e compram cada vez mais coches de alta cilindrada e muitos cavalos. Para os papalvos da nossa terra restam as bicicletas e já a edilidade proporcionou os respectivos trilhos definidos (vulgo pistas cicláveis).

D. Pinócrates cada vez mais nefelibata(3), anuncia aos seus súbditos a excelência dos números do deficit, da execução orçamental, do crescimento económico. Tudo corre sobre rodas. Mas de visita aos país real, da noite para o dia, encomenda o sermão ao tal de Sheriiff , e este, de ar façanhudo e mal disposto, irrompeu pelos lares dos papalvos, através dos arautos do reino, e anunciou tonitruante mais um pec de sacrifício. Lá se vai o paloco, que nem para esse vai haver dinheiro, e saiam umas sopinhas de cavalo cansado, claro que esperando que o pão mesmo duro de véspera não suba de preço. É claro que este PEC, não trará qualquer agravo aos nobres, e a sua elevada função de gerir os bens públicos em nada será afectada. Resta aos papalvos contribuir cada vez mais, para os festins daqueles que se refastelam à grande e à portuguesa com vinhos Batuta e outros(± 250 € por garrafa,) com valores superiores a grande parte das desgraçadas reformas que o Sheriiff tinha anunciado congelar, mas agora recua, e diz que têm que ser cortadas, pois é possível poupar.

Dum dia para o outro El Rei diz uma coisa e depois outra, e o Sheriff reforça todas as trampolinices e o fosso entre as sopas de cavalo cansado, e o caviar é cada vez maior.

Entretanto nesta floresta de desencanto até o Robin dos Bosques (que poderia ser a última esperança dos papalvos) desistiu da sua luta, pois a desgraça e a miséria é tamanha que não tem mãos a medir e sente-se incapaz de atender a todos os necessitados. Estes em esforço final, vêm para a rua gritar o seu mal estar, tendo estado na capital do reino, este fim de semana mais de trezentos mil, na esperança de os trampolineiros saiam da sua vida.

(2) Pollachius virens; é um peixe da familia do bacalhau, capturado em estado selvagem nos mares do Pacífico Oriental, e que depois é submetido a um processo de seca/salga que vai de encontro ao tradicional sabor português.

Sinónimos de Trampolineiro (dicionário on line português)

ardiloso, doloso, embusteiro, enganador, falaz, impostor,mentiroso, obreptício, patranheiro, sub-reptício e trapaceiro

nefelibata - adj. e s.m. e s.f. Que, ou pessoa que vive nas nuvens, cujo espírito vagueia num mundo ideal.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Os Vampiros

 

São os mordomos
Do universo todo
Senhores à força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei


Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada…

(Texto e música de Zeca Afonso)

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Continuamos bem sem saber com que linhas nos cosem, um dia dizem uma coisa, no outro dia outra; Sócrates apregoa no Reino da Alice, o ministro do Tesouro Cabeça Branca apregoa no Purgatório, e afinal quem vai para o Inferno é o Zé que de Povinho passou a Pacóvio, sem consciência da praga que lhe caiu na cabeça.

Mas os arautos da desgraça estão sempre a aparecer, até o inenarrável e tenebroso ex Guardião dos Dinheiro de Portugal, que agora arrecada os milhões da Europa, de seu nome Constâncio (constante no arrecadar para o seu bolso), ameaça a populaça que em 2012 novo PEC trará descontos a doer nos magros salários dos já sacrificados portugueses. Este arauto aparece sempre, para abrir caminho para a desgraça, assim aconteceu anteriormente, para justificação do Governo.

Perguntamos ao Governo de Sócrates e seus parceiros de dança, o tango espanhol, qual a contribuição destes senhores para minorar a crise.

A justeza do sacríficio geral seria compreendido por todos, se a todos coubesse a sua quota parte do mesmo.

Sabemos que o Sr. Jardim Gonçalves do BCP, recebe 37 milhões de prémio, pela gestão gravosa do seu Banco, cujos buracos são suportados por todos nós. Qual a percentagem para a crise?

Sabemos que o Sr. Mexia recebe este ano 7 milhões de prémio pela gestão da EDP, empresa participada pelo Estado. O mesmo acontece com o senhor Granadeiro da PT, com o jovem da JS Soares também da PT mais 1 milhão. Qual a percentagem para a crise?

Sabemos que os Bancos declaram uma média de lucros diários de 1 milhão de euros. Senhor Primeiro, qual o esforço pedido aos Bancos para minorar a crise? Sabe o Senhor à custa de quem os Bancos vão comendo e engordando? Não será possível taxar estes lucros obscenos à custa das desgraças do Zé?

Sabemos que a frota de automóveis do Estado continua a engordar com veículos novos de alto luxo. Veja-se como exemplo pequeno, a frota de BMW à disposição do Presidente da AR Jaime Gama, e seus Vice-presidentes. Porque lhe custa decidir por exemplo um teto para o custo dos carros ou durante dois anos não haver carros novos para ninguém?

Sr. Eng. Sócrates, não vê V.Exª aqui vários exemplos que poderiam ser levados em conta para diminuir a despesa do Estado. Porque insiste só no emagrecimento dos trabalhadores?

Impostos, ameaças de cortes nos salários, é fácil, mas ir contra a mordomia instalada é difícil… A minha expectativa de socialista foi bem defraudada, a sua política afinal de Maravilhas só para os bem instalados.

Zeca Afonso, aveirense e o maior compositor da revolução compôs em 1963 o poema Os Vampiros. Leiam com atenção e vejam se não é mesmo o que acontece actualmente. É altura do Zé mostrar a sua fibra de português e deixar de ser pacóvio

terça-feira, 18 de maio de 2010

Formatação em meias tintas

Formatação em meias tintas

Fomos surpreendidos há alguns meses, quando equipas de pintores deixaram algumas ruas da cidade, com passadeiras vermelhas, num emaranhado de curvas e contracurvas, bordejando totalmente algumas rotundas e ruas.

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Confrontámos algumas pessoas com este alindamento, talvez tivesse a ver com a visita do Papa diziam uns, com pistas para bicicletas diziam outros, ou para aproveitar as tintas do passado armazenadas há alguns anos.

Verificámos que, apareceram noutras ruas pequenas chapas com desenho de bicicletas.

Indagámos e fomos então informados que se pretendia formatar o traçado de ciclovias, de forma a melhorar a saúde de todos, e a determinar o seu percurso.

Porque sou um adepto do cicloturismo fiquei expectante, porque a formatação umas vezes, levar-nos-ia para os passeios, outras vezes para a zona de estacionamento dos automóveis exemplo Rua Eng. José Bastos Xavier, outras vezes pelo meio das ruas. Achávamos muito confuso mas esperávamos a sequência, onde seriam os novos parques de estacionamento, por onde andariam os peões face ao traçado das ciclovias, e como o coração dos aguedenses se comportaria no traçado sinuoso e difícil nesta topografia tão variável.

Afinal nada aconteceu … as passadeiras vermelhas passaram a meias tintas e nalguns casos já desapareceram. Sem querermos meter a foice em seara alheia, achamos no mínimo estranho o facto de em tempo de crise se terem gasto verbas em tinta, mão de obra, incómodos … que afinal deram em meias tintas. Acho que esta tentativa de formatar o comportamento e liberdade, já não devia colher. Já nos basta, pessoalmente não gosto de ser formatado.

A propósito de crise e poupança nas despesas públicas, fomos confrontados esta semana com uma tempestade de areia para os olhos dos portugueses, que espantados, nem querem acreditar no que lhes está a acontecer.

Há que apertar cada vez mais o cinto, a crise deve ser suportada por todos, dizem os iluminados que determinam o nosso destino. Para dar o exemplo, também os políticos e gestores públicos serão taxados nos seus vencimentos com o desconto de 5%. Deixem-nos rir, ou chorar de raiva. Quanto significa este desconto para vencimentos de centenas de milhares de euros? Como não houve coragem de cortar as chorudas regalias de todos eles? Carros de alto luxo, ajudas de custo para viagens em 1ª classe, telecomunicações de borla, cartões de crédito com altos plafonds para pagar refeições em restaurantes milionários. São milhares de políticos e gestores públicos a usufruir destas regalias, e agora nesta nuvem de areia, até nos querem fazer crer na moralização da crise para todos. Era tão fácil estar de acordo se houvesse justiça!

Será que estes senhores sabem que há 600.000 desempregados, muitos sem qualquer moeda no bolso? E mais de 400.000 no limiar da pobreza?

Lembramos que outros países, não em tão maus lençóis como nós, Espanha e Irlanda fizeram cortes nos vencimentos dos políticos e gestores de 15% e 30% respectivamente. Não seria um exemplo a seguir ? Mas aqui quem decide, protege os pares.

Infelizmente o sentimento de impotência, e tristeza generalizada, apodera-se de todos nós, mas a esperança não morre e o futuro há-de sorrir para os mais desprotegidos.