domingo, 29 de abril de 2012

Notas soltas da desgraça

Série de artigos publicados por mim na “Região de Águeda”, este em 26 de Setembro de 2011

Notas soltas da desgraça

1. Direito à indignação.

O povo tem de ir para a rua protestar contra os "sacrifícios" impostos pelo Governo e as políticas de austeridade da 'troika', defende Francisco Van Zeller, o antigo presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP). Esta afirmação vinda deste patrão da Indústria portuguesa, reflecte bem a gravidade do momento em que vivemos, e o poço sem fundo a que nos conduziram. Sócrates com a sua politica de proteccionismo aos grandes grupos (mota-engil/jorge coelho), com o tapar de buracos financeiros aos bancos privados que criminosamente desviaram milhões (BCP, BPP), empurrou-nos para o abismo. Van Zeller tem toda a razão, não nos calemos e denunciemos esta tramóia. E que dizer do BPN (Banco Português das Negociatas)? O que aconteceu aos responsáveis de todo o descalabro desta instituição (Dias Loureiro, Oliveira e Costa e outros (com O grande)?

Valeram a pena as sucessivas injecções de centenas milhões de euros, para a seguir o alienar (BPN) por uns “míseros” 40 milhões ao BIC de Mira Amaral. Que grande negociata.

2. Sopa e sandes

Cenário tenebroso está em perspectiva, pois aos tristes cidadãos a quem resta um almoço minimal de uma sopa e uma sandocha, este governo de coelho, resolveu transformar a sopita de nabos e a sandocha de coiratos, em artigo de lluxo, com um IVA igual a qualquer Lamborghini de alta cilindrada, ou seja 23% (para já!). Que é que hão-de comer que o Governo também não coma?!

3. Despedimentos com e sem justa causa

Prepara-se legislação que permitirá despedir facilmente todo aquele que não cumprir objectivos definidos previamente, esquecendo-se que qualquer empregador poderá, à partida definir, objectivos irreais e inatingíveis. Despede-se assim com justa causa ( sub-repticiamente sem). Medida execrável e injusta.

Que dizer então de sucessivos governos que, definindo para si próprios objectivos e metas, rapidamente os esquecem e incumprem? Estes sim apresentam motivos para despedimento com justíssima causa ! …

Obviamente que perante este cenário de justíssima causa, vem à mente de indignação dos portugueses o governo ou antes desgoverno da República das bananas de El Rei Jardim o Gordo. Gasta-se à tripa forra, fazem-se heliportos, marinas, onde nunca aterrou ou navegou qualquer nave. Diz o Rei que o buraco ronda os 5 mil milhões de euros. Não terá também escondido o que gastou em maquinaria e equipamento de alguma fábrica de entortar bananas?

4. Águeda a contra vapor

Arrepiadamente ao apertar do cinto generalizada por todos os municípios portugueses, verifica-se no reinado local uma eufórica construção de obras de regime, marginalizando qualquer preocupação social. Justifica-se esse desmando com o argumento de que são obras comparticipadas por fundos europeus, mas os munícipes desconhecem qual o peso dessas obras megalómanas, nas finanças locais, será mistério?

O Senhor Presidente Nadais devia esclarecer qual o peso desse esforço, pois o que se anuncia além do que é visível, é muito gravoso e traz graves consequências para um já depauperado ramo de actividade, o comércio da cidade. A contestação às obras na Praça António Breda e Eugénio Ribeiro, é muita e a informação é pouca ou nenhuma.

Não entendemos este esbanjar, quando ao nosso lado se faz muita ginástica para sobreviver.

Sem comentários: